Também tenho um menino!
Depois que me tornei mãe passsei a questionar coisas que antes simplesmente passavam despercebidos pelos meus pensamentos e emoções. Mas tem uma questão que me "persegue" quase que diariamente: realmente existem dificuldades na criação de meninos?
Quando engravidei da Isabela, recebi comentários do tipo "parabéns, uma princezinha!", "ter menina é tudo de bom!", "Elas são muito carinhosas...", e assim por diante.
Amamos saber que estávamos grávidos de uma menina!
Depois que Isabela nasceu, passei a ouvir outros tipos de comentários também: "ah, ela dorme porque é menina, se fosse menino...", "ela obedece porque é menina, se fosse menino...", "menina é mais fácil...". Blábláblá. Isso foi me cansando. Quer dizer então que se a menina é bem educada, obedece, etc, não é resultado dos inúmeros NÃOs, das intermináveis explicações e correções. Não temos mérito nenhum no processo de educação, que, falando bem sério, não é NADA fácil!
Seguindo nessa linha então, se você é mãe de menino, minha amiga, coitada de você! Vai penar muiiiito, pois "menino é assim mesmo", não é mesmo?
Não. Discordo. Não assino atestado de fracasso não! Afinal, hoje também temos Davi. Um menininho ativo, lindo e feliz!
É claro que existem diferenças entre meninos e meninas. Vejo isso nos meus filhos. Mas daí aceitar esse fatalismo querendo justificar uma atitude errada já é demais!
Antes mesmo de engravidar de um menino eu já questionava isso. Mas foi durante uma viagem de férias, quando a Isa tinha 2 anos e meio, que esse assunto me "pegou" de jeito.
Nós três estávamos em uma praia lindíssima, com tudo o que tínhamos direito, quando de repente, ao nosso lado, sentou uma família com mamãe, filhinho, titia, vovó e vovô. Neste exato momento acabou o nosso sossego (e do resto do povo do restaurante também). O piá era virado. Depois de tanto aprontar, vovô vira para ele e diz: "fulano, já chega. Fique quieto." Mas a chamada de atenção logo foi cortada pela mamãe que diz: deixa, isso é coisa de menino!"
Ouvir isso me fez tremer!!! João, mais do que depressa, segura no meu braço e diz: "calma amor... olhe que mar lindo na nossa frente! Já provou o peixe? Está uma delícia!" Só faltou me enfiar o garfo na boca com o tal do peixe!!!
Ok. Resolvi olhar para o mar e comer o peixe!
Depois, na mesma tarde, no hotel, Isa estava brincando na piscina, quando chega um menino, da mesma idade do pestinha do restaurante, mais ou menos uns 8 anos. A Bela ficou toda contente, achando que iria fazer um novo amiguinho. E eu também achei, pois o menino chegou perto dela e começou a conversar. De repente ele vira pra ela e fala: " porque você não mergulha?" E a Isa responde que não sabe nadar. Não satisfeito, ele pega a cabeça dela e mete embaixo da água. E isso na minha frente e na frente da mãe dele!!! Adivinhem o que e mamãe do menino disse: amorzinho, não faz isso. E vira pra mim e diz: esses meninos né? Tem cada brincadeira!!!
Brincadeira, minha senhora! Isso deixou de ser brincadeira a muito tempo!! Isso é maldade!!!
E ainda me chama o garoto de amorzinho, dá pra acreditar?
Tinham meninas que brincavam por ali também. E a atitude delas era totalmente diferente. Mesmo as mais agitadas.
E comecei a tentar entender o por que de atitudes tão diferentes. E isso martelava na minha cabeça.
No retorno para casa, ficamos parados no aeroporto em São Paulo por umas 3 horas e Isa, claro, aproveitou para fazer novas amizades. Como sempre, puxava papo com todo mundo: oi, meu nome é Isabela, minha mãe é Carol, meu pai é João, qual o teu nome...
Foi quando ela avistou um menino, da mesma idade dos dois lá da praia. E ele começou a brincar com ela, e conversava. Eu achei aquilo muito interessante e cheguei mais perto pra acompanhar e comecei a papear com ele e com a mãe dele também.
O que mais me chamou a atenção era como a mãe dele conversava com ele. Nada parecido com as mães dos meninos do restaurante e do hotel. Ficou claro pra mim que aquela mãe não é mãe de menino somente. Ela sabe que aquele menino um dia será um profissional, um marido, um pai.
E aquele menino, Gabriel era o seu nome, vira pra mim e diz: "tia, quando eu tiver uma filha eu quero que ela seja igual a Isabela." E essa foi a resposta para o meu questionamento, vinda de um menino de 8 anos, que já sabe que será um homem e que terá uma família!
Gabriel, vou entrar na fila pra virar sua sogra : )
Minha conclusão depois disso tudo: somos pais e é nossa obrigação educar moralmente nossos filhos. E isso independente de serem meninos ou meninas.
E como mãe de menino que também sou, posso afirmar: MENINO TAMBÉM É TUDO DE BOM!!!
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